terça-feira, 12 de maio de 2009

Entrevista com o Oligarquina

Entrevista Oligarquia

Em uma conversa bem franca e divertida o baterista ,e membro fundador da banda , Panda Reis fala sobre o estilo de vida underground e os trabalhos de uma das principais bandas de Death Metal do Brasil.

Por : Bernardo Oliveira

1. Em 1999 o Oligarquia participou de diversas coletâneas , queria que você falasse mais sobre esse período da banda.

Essa época foi quando lançamos nossa segunda demo tape , a Really to be Dead , e essa demo teve uma ótima repercussão aqui no Brasil e lá nas gringa , e isso abriu várias portas pra banda , e naturalmente começaram a rolar convites para coletâneas e tivemos a chance de participar de algumas. Aquela época foi impar e a partir desse ano as coisas mudaram demais pra banda , esse ano a banda começou ser menos junkie e mais profissional (risos)



2. Vocês já participaram de uma tour com a banda Incantation que rendeu bons frutos para a banda , fale mais sobre a vida na estrada e a tour com o Incantation

Estar na estrada é legal pra caralho , é um momento único pra qualquer banda que goste de tocar ao vivo , é certo que tem várias coisas na estrada que estressa e desgasta muito , ainda mais pra mim que já estou a passos largos pros quarentão (risos). Esse giro que fizemos com o Incantation foi bem legal , pudemos trocar uma idéia com eles e saber um pouco mais das particularidades desses gringos , como por exemplo , os caras gostam de Autopsy! Pensei que os únicos que gostavam de Autopsy fossemos nós ! (risos)


3. Com o lançamento de “Humanavirus” a banda mudou de formação e de gravadora , como foi esse período ?

Nós sempre mudamos de formação , nunca lançamos dois material coma mesma formação , sempre foi uma constante essa merda de mudanças na formação , mas isso desde o início , desde o primeiro ensaio até hoje , sempre rolaram problemas desse tipo. O mesmo se refere as gravadoras , é difícil manter-se preso a elas nos dias de hoje e acho natural essa mudança , não vejo nada traumático ,somos uma banda do underground , aonde tocar é só diversão e não a função que paga nossas contas , então não me preocupo com mudanças de gravadoras e de formações , apesar que isso atrapalha e muito , mas encaro como um processo natural.


4. Apos da tournê Humanavirus Tour a banda realizou a tournê Antes do Caos MiniTour. Vocês tem o habito de fazer mini-tours antes do lançamento de álbuns ?

Não temos esse hábito não , é que depois que acabou a turnê do Humanavirus , ainda não tínhamos começado a produção e somos viciados em tocar , em estar em um palco , viajar e essas porra todas , e como tínhamos acabado oficialmente a turnê do Humanavirus, inventamos essa mine turnê pelo sudeste pra não ficarmos mofando em estúdio , ensaiando e compondo (risos). É mais ou menos o que vem acontecendo desde 2008 , não agüentávamos mais ficar trancados em estúdio e saímos pra fazer alguns shows ,que ainda estamos fazendo , a diferença é que dessa vez não “inventamos” nenhum nome.


5. A Tour Humanavirus Tour durou cerca de 2 anos , como foi esse período na estrada e por quais lugares vocês passaram?

Foi muito legal poder tocar por tanto tempo em várias cidades e estados diferentes , mas confesso que foi extremamente cansativa e repensaremos muito para voltar a fazer uma turnê tão longa ... pois pense bem , todos na banda trabalham , e no meu caso ainda faço faculdade e tenho filho , família , então imagina o quanto é complicado conciliar tudo isso, imagina o tanto que é problemático se manter na estrada com produtores nem querendo bancar uma van para facilitar as coisas pra gente ?Foi punk cara , trabalhar e estudar de segunda a sexta , entrar em uma van , ou ônibus ou carro , viajar por horas , tocar no sábado a noite , sair do palco e viajar por horas até a próxima cidade , tocar engolir alguma coisa e viajar por horas até a outra cidade e só chegar em casa na segunda de manhã , tomar um banho e correr pra ainda levar o filho pra escola , correr pro trabalho e escutar o seu encarregado reclamar que chegou atrasado e com os olhos vermelhos (risos)! Mas por enquanto ta legal , enquanto estiver me divertindo vale a pena.


6. A vida na estrada é cheia de coisas pra se recordar , principalmente as engraçadas, conte-nos alguns eventos “bizarros” que vocês se deparam na estrada.

Tem certeza cara (risos) ? Acho que as “bizarrices” que rolam com a Oligarquia não podem ser descritas aqui , se não seríamos presos , processados ou expulsos de casa !(mais risos) Mais pra citar os mais leves , são aqueles que tem álcool no meio , como mijar no corredor do hotel em Londrina , dormir nas escadarias de uma igreja em minas, melhor parar por aqui (risos)


7. Gostaria que você falasse mais sobre Alex Chiovitti , como ele contribuiu para o Oligarquia e a sua partida .

O Chiovitti é meu irmão cara! somos amigos há mais de 20 anos , quando formei a Oligarquia , ele foi o cara que quis comigo , por ser meu irmão e por ter uma guitarra vermelha (risos) , ele é um cara que admiro , respeito e sempre estarei do lado dele , mesmo se a recíproca não for a mesma , foda-se! amo o Alemão como amo meu irmão co-sanguíneo e nada vai mudar isso , nem mesmo uma banda , uma cena. Sua saída foi normal , somos amigos e isso deve estar acima da musica , da banda , quando ele resolveu sair , aceitamos e pronto. Se era isso que ele queria , fico feliz por ter conseguido e torço por ele todos os dias , mesmo nosso contato estando muito restrito , mesmo ele não me vendo da mesma maneira que eu o vejo saca ?! Ele contribuiu na banda como qualquer outro membro que por ela passou , teve seu momento e sua história , e isso vai ficar pra sempre , foram 16 anos tocando na mesma banda e isso marca , é normal , mas hoje torço por ele , mesmo que ele não torça por mim.


8. A sonoridade do Oligarquia vai mudar sem a presença do Alex ?

Muda-se a maneira de se tocar o instrumento , mas o estilo é o mesmo , os outros três são os mesmos , acredito que a mudança de formação que mais mudou o som da banda foi quando o Wilian ( que gravou as duas primeiras demos tape ) saiu , ali não teve como não mudar o som , agora com a saída do Alex eu acho que ficou a mesma coisa , pra ser sincero até um pouco melhor , pois tem um cara só tocando a segunda guitarra e só um cara cantando , isso da um “Up” tanto de desempenho , como em palco , acredito que ainda temos muito a crescer e são esses cinco que estão na banda hoje que terão essa missão.


9. Em “Distilling Hatred”, vocês optaram por produzir o próprio disco , por que vocês optaram por essa decisão ?

Sim , a auto produção era algo que sempre quisermos fazer , mas nunca tínhamos tempo ou suporte pra isso , quando começamos a gravar o Distilling Hatred , já decidimos por isso , a gente mesmo produzir , pois queríamos que o disco fosse o mais fudido , o mais com a cara da Oligarquia e como fazer isso ? Se auto produzindo parceiro. Então escolhemos dois técnicos de som , e um estúdio legal , e partimos pra batalha árdua , tem sido um parto essa produção (risos) , pois leva um tempo, coisa que não tenho , mas agora que já estamos na fase final percebemos que a escolha foi a correta , pois nenhum disco da gente tem tanto a cara da banda como esse ! Eu até brinco com os caras que esse cd é na verdade o primeiro (risos) , pois ele consegue ser mais old school que o Nechropolis. Eu acho que fizemos a escolha certa , talvez tenha sido a mais cara (risos) , pois perdemos muito tempo testando as coisas e pegando no pé um do outro para as coisas saírem direito , mas tenho certeza que qualquer headbanger que curta death metal old school vai ficar de rola dura ao ouvir essa merda (gargalhadas) !

Abraço a todos e que todos procurem o cd da banda ou ao menos visitem nossos sites , espero ver todos em breve.



Contatos do Oligarquia

www.oligarquiadeath.com

www.myspace.com/oligarquiadeath

www.youtube.com/oligarquiaband

www.fotolog.com/oligarquiadeath

oligarquia@oligarquiadeath.com

pandadrums@hotmail.com

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